Eduardo Strapasson, 16 anos, segue colecionando feitos inéditos no skeleton. Nascido em Rio Grande e morador de Pelotas, o atleta conquistou nesta quinta-feira (7) a primeira posição na categoria sub-20 e a terceira na categoria sub-23 durante a Copa América realizada em Lake Placid, Nova York, nos Estados Unidos.

As etapas contaram com mais de cem atletas do planeta, incluindo campeões mundiais e medalhistas olímpicos. Em termos numéricos, o torneio é considerado o maior da história do skeleton. Os lugares nos top-3 das categorias citadas acima foram alcançados com o tempo de 59s37 somando as descidas válidas.

Pela primeira vez, Eduardo participou de um campeonato adulto. Foi uma espécie de preparação para a Copa do Mundo, que começará em duas semanas. O tempo que serviu para o destaque na sub-20 e na sub-23 é contabilizado também para a categoria adulta. Para efeitos de comparação, o atleta terminou 4s44 atrás do campeão adulto.

Avaliação

“Além das medalhas, foi muito importante para ele essa primeira participação em uma competição adulta. Agora é necessário preparar a mentalidade e o corpo para enfrentar os próximos desafios e tentar uma vaga olímpica na Itália, em 2026 [em Milão-Cortina]. O Eduardo ainda compete 30 quilos mais leve que todos os demais competidores. Assim que ele evoluir, resultados ainda melhores chegarão", diz Ander Mirambell, treinador espanhol que acompanha Eduardo.

Pai do jovem, Emílio Strapasson foi um dos pioneiros da prática do skeleton no Brasil. Ex-atleta e ex-presidente da Confederação Brasileria de Desportos no Gelo (CBDG), ele ocupa atualmente um cargo diretivo na entidade. E projeta com orgulho a trajetória futura do filho. “É a primeira etapa de uma jornada que vai levar alguns atletas para performar até chegar nas Olimpíadas”.

Como vem noticiando o Diário Popular, Eduardo Strapasson conquistou em janeiro a histórica décima colocação no skeleton durante as Olimpíadas de Inverno da Juventude em Gangwon, na Coreia do Sul. Ele começou a praticar a modalidade, seguindo os passos do pai, há pouco mais de um ano.

O skeleton

Na modalidade, o atleta se lança em um trenó (composto por metal e plástico, com peso de 43 quilos para homens) e desce a pista de cabeça em busca do menor tempo. Os equipamentos necessários são um capacete de fibra de vidro, uma sapatilha com mini-agulhas na sola para dar tração durante a largada e um speed suit, espécie de macacão cujo tecido é feito para evitar atrito.

Assim como o bobsled, a origem do esporte remonta ao século 19, com a popularização dos trenós como meio de transporte em montanhas. Alemanha, Áustria, Suíça, Reino Unido e Canadá são alguns dos países que se destacam nas principais competições internacionais.

A também rio-grandina Nicole Silveira, moradora do Canadá, é o principal nome do Brasil na modalidade em nível adulto. Ela quebrou recentemente o recorde do País na modalidade ao conseguir o 13º lugar em etapa do Mundial realizada na Alemanha.